quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Remar, re-amar, amar

            Li esse título ontem, numas dessas mensagens de facebook. E fiquei pensando nas relações que poderiam ter nessas palavras. Amar parece fácil. Todo mundo ama um dia. De maneira certa ou errada, não se sabe, mas ama-se. Ama o pai, a mãe, a Deus, o cachorro. Enfim, ama-se! O mundo move-se de amor. Às vezes, da falta dele.
           Mas remar e re-amar, esse jogo de palavras tão bonito, me ficou na cabeça. Como essas palavras estão intrincadas! Remar, no dicionário, tem diversas significações: mover os remos para fazer seguir a embarcação, manter-se à superfície, esforçar-se para conseguir algo (no sentido popular). E o que é re-amar, senão tudo isso?
           Re-amar, amar de novo! Requer muitas coisas: reveliência, regresso, retorno, resignação, reencontro, renovação. Requer tudo novo! É a marcha ré da vida. Quando vivemos um momento de desamor, temos que procurar viver também o "reamor". Amar de novo! Não o que ficou ou aquele que vem. Amar a si mesmo. Resgatar a essência, o que ficou perdido, o que foi deixado pelo caminho.
          É aí que remar e re-amar se encaixam, como duas peças de um quebra-cabeças, como o yn-yang, um dentro do outro, um completando o outro. Re-amar é remar! É fazer muito esforço para fazer seguir o barco. Ainda que em águas revoltas, ainda que em meio à tempestade. É manter-se na superfície, jogar-se para cima, ainda que o fundo no poço nos convide o tempo todo para ele. E mais, é lutar contra tudo e todos, é o encontro de si mesmo, é a luta diária contra o leão. Tem horas que cansa. Tem horas que parece que não vai haver jeito: o barco vai naufragar! Mas as tempestades passam. Aliás, tudo passa! E o ciclo nunca termina! Amamos e re-amamos. Caímos e levantamos. Isso é viver! Enquanto houver vida, haverá esse movimento. 
            Meu barco está aí. E meus remos estão trabalhando forte. Ainda que meus braços cansem, ainda que a nau esteja apenas por mim habitada, ela não vai parar. Assim estou: amando, remando, re-amando. Diariamente. Incessantemente. Para sair da turbulência e cair num espelho d'água sereno, de onde eu possa ver o sol, o vento bater em meu rosto e descobrir que o melhor mesmo da vida é nunca perder a capacidade de amar, de remar e de reamar!

          

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Há quanto tempo?

Um beco
Um beijo
Desejo!

Há quanto tempo?
Passado
Presente
Futuro
Difusos.

Parece ontem
Parece agora!
Seu peito quente
Ainda bate em meu coração
Sua mão suave
toca a minha nuca.
Desejo!

Há quanto tempo?
O que é o tempo?
Será que ainda é tempo?
Será que ainda há tempo?

Possibilidades