Li esse título ontem, numas dessas mensagens de facebook. E fiquei pensando nas relações que poderiam ter nessas palavras. Amar parece fácil. Todo mundo ama um dia. De maneira certa ou errada, não se sabe, mas ama-se. Ama o pai, a mãe, a Deus, o cachorro. Enfim, ama-se! O mundo move-se de amor. Às vezes, da falta dele.
Mas remar e re-amar, esse jogo de palavras tão bonito, me ficou na cabeça. Como essas palavras estão intrincadas! Remar, no dicionário, tem diversas significações: mover os remos para fazer seguir a embarcação, manter-se à superfície, esforçar-se para conseguir algo (no sentido popular). E o que é re-amar, senão tudo isso?
Re-amar, amar de novo! Requer muitas coisas: reveliência, regresso, retorno, resignação, reencontro, renovação. Requer tudo novo! É a marcha ré da vida. Quando vivemos um momento de desamor, temos que procurar viver também o "reamor". Amar de novo! Não o que ficou ou aquele que vem. Amar a si mesmo. Resgatar a essência, o que ficou perdido, o que foi deixado pelo caminho.
É aí que remar e re-amar se encaixam, como duas peças de um quebra-cabeças, como o yn-yang, um dentro do outro, um completando o outro. Re-amar é remar! É fazer muito esforço para fazer seguir o barco. Ainda que em águas revoltas, ainda que em meio à tempestade. É manter-se na superfície, jogar-se para cima, ainda que o fundo no poço nos convide o tempo todo para ele. E mais, é lutar contra tudo e todos, é o encontro de si mesmo, é a luta diária contra o leão. Tem horas que cansa. Tem horas que parece que não vai haver jeito: o barco vai naufragar! Mas as tempestades passam. Aliás, tudo passa! E o ciclo nunca termina! Amamos e re-amamos. Caímos e levantamos. Isso é viver! Enquanto houver vida, haverá esse movimento.
Meu barco está aí. E meus remos estão trabalhando forte. Ainda que meus braços cansem, ainda que a nau esteja apenas por mim habitada, ela não vai parar. Assim estou: amando, remando, re-amando. Diariamente. Incessantemente. Para sair da turbulência e cair num espelho d'água sereno, de onde eu possa ver o sol, o vento bater em meu rosto e descobrir que o melhor mesmo da vida é nunca perder a capacidade de amar, de remar e de reamar!