quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Aniversário

De verso em verso
Completou-se a primavera.

Nesse inverno inverso,
Aquilo que quisera.
Quimera!

Essa rima,
esse riso,
esse verão.

Minha à mão,
escrita.

Nessa arte,
minha ousadia,
que enfrentou
o outono,
a letra muda,
a tarde vazia.

Venceu o gelado vento
abriu pensamento?
descobriu talento?
despertou intento?

Invento,
novo jeito,
novo trajeto,
nessa tentativa,
nesse projeto,
meu abrigo,
meu teto.

Nessa estação
em que parto e fico
em que me mostro
e me edifico.

Foi questionário.
agora, relicário,
nesse novo calendário
em que guardo,
em vez de meses,
todas as vezes,
todas as vozes.

meu coletivo,
meu pranto vivo,
meu canto avesso,
meu endereço,
minha rede, meu progresso.
meu ano em verso.

Aniversário!


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A corda

Dei corda pra essa menina
E ela resolveu se enforcar!

Escolheu árvore e banco
Decidiu encerrar o pranto

Suicidou-se!

Em meio àquele marasmo
Cometeu o pleonasmo

Encerrou-se a si mesmo
Vagou por aí a esmo.

Sem entender a corda que dava
Sem entender aquilo que falava!

Acorda, eu dizia!

Tola menina!
Não abriu a retina,
Mergulhou na esquina

Do amor! Cometeu erro grave
Sem entender de ambiguidade

Em sua doce ingenuidade
sem querer acordar, dormiu.

Um sonho sem beijo
que dura eternamente!

Que a fez virar semente,
que morre e cresce novamente,

Renasceu, pranto remido,
aprendeu a dar ouvido

à gramática dessa vida,
que faz do fim nova partida.

Acordou e fez da corda,
Fio nobre, e hoje borda.

Nova história, novo tecido.
dessa vez, sem duplo sentido.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Coletivo

O coletivo de lobo,
Normalmente é alcateia,
Mas a palavra matilha
Também passa essa ideia!

Pra isso, não é preciso
Conhecer de poesia.
É só clicar no Google,
E está feita nossa alegria!

Mas só mesmo um poeta
Pra entender que a primeira
Tem um som meio esquisito
E escolhe a segunda
Pro texto ficar mais bonito!

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Vago Jardim

Vago!

No labirinto
de suas flores
de seus amores
de suas dores.

Onde me encontro?
Por que o encanto
Vertido em pranto?

Canteiros,
onde colhes suas rosas
onde vives de suas prosas.

as mais belas,
as quimeras
as janelas
abertas
vertem-se para um
distante horizonte.
como beber dessa fonte?

ainda que tivesse voz
ainda que tivesse vez

Desvio
à margem do rio
que nunca encontra
seu mar.
Ah, mar!
que não transita
que é destino
e perdição

Ressaca!

Jogo-lhe flor
colhida outrora
agora,
desfez-se em
pétalas
estrada reta
que não desvia
e nem finda

Onda vaga
nesse tempo
nesse nada
nessa estrada
onde busco
flor singela
belo cravo
doce jasmim

labirinto,
o que não minto,
o que sinto,
nesse quintal,
em que plantas,
em que colhes,
em que vives,
em que morres,
enfim.

Vago jardim!






sábado, 14 de setembro de 2013

Poesia Vazia

Assim como o poeta,
passa o dia com sua pena
em que os versos não vêm.

Assim como o profeta,
passa os dias no deserto
falando pra ninguém.

Assim, eu e meu poema
Que no vazio se instala
Em meio a tanto desdém.

Oh, palavras,
Em que reverso
se instalam,
quando se calam?

Meu silêncio grita!
Agonia,
tirania,
linha vazia.

Enquanto sozinha,
com a branca folha
e a cansada caneta,

enquanto sentada,
na sala muda,
nesta cadeira,

a poesia vazia
enche
minha vida inteira!



quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Ladeira

Quem sobe a ladeira?

Risadas,besteiras,
companheiras
de uma vida inteira.

Pouco importa
o que desce.
O que perece,
nada merece.
Apenas carece
de sua prece.

Importa a subida,
importa sua vida,
importa a nova partida,
seu novo caminho de ida,.

Importa sua Graça,
importa onde dormem as garças,
importa a vida que esgarça.

e cresce, e renova,
ainda que com sua prova,
ainda que com suor,
dê sempre o seu melhor.

e a ladeira?
essa descida
sem eira nem beira?
nem queira!

Lindo de se ver
é esse novo viver,
é o seu lindo fazer,
que se desdobra,
que realiza a obra.

A verdadeira beleza
não está no que fica,
está naquele que edifica,
a vida e sua verdade,
o charme da sua liberdade!


domingo, 1 de setembro de 2013

Agosto

Que falta de gosto!

Há gosto
no mês do desgosto,
no que foi deposto
no lado oposto.
no vento no rosto.

Superstição
Invenção
Madeira na mão
Patuá, mal dição.

Nascimento
Felizes momentos
canções ao relento
viola em lamento
não param no tempo

não ficam estacionadas
no oitavo mês
não perdem a vez
estão , freguês,
a seu gosto.