sábado, 27 de julho de 2013

Poema de Guardanapo

Tantas perguntas,
Tantas repostas!
Pra que saber?
Por que responder?

Tantos silêncios guardados
tanta matéria estudada,
tanto rascunho rasgado,
tanto arquivo apagado.

Pra onde vão 
nossos silêncios
quando deixamos 
de dizer o que sentimos?

Em seus versos
encontrei minha rima,
na sua doce aurora,
abri minha cortina.

Como se chama
Já não importa
Em seus guardanapos
Singelas respostas,

Apenas questões
Tantas interrogações
Linda visões
minhas inspirações.

E esse silêncio?
E esse lamento?
E esse tormento?
Pra onde?

Se tivesse a resposta,
Se vencesse a aposta,
Essa rima tão torpe
Sequer seria posta!

O que eles são?
Por que tanto não?
Pra que essa canção?
E os silêncios?
Pra onde eles vão?



domingo, 21 de julho de 2013

Lunes

Enquanto seguem livres
os seus olhos
Vidrados
Virados
naquela noite em vieste.

Tantas palavras
tantos verbos
tanto subjuntivo
tanto se
tanto quando
tanto que.

O que muda?
Por que mudo?
Quero tudo?
Quero agora?

Lá fora a lua,
ainda em seu crescente.
Amanhã, será cheia.
Lunes.
Feliz coincidência?
Insistência?
Latência?

Enquanto as respostas,
enquanto as propostas,
nem foram ainda postas.
Talvez retire as palavras,
talvez mude as jogadas.
Talvez me mude,
talvez fique muda.

Nesse jogo de coragem,
nessa hora de estiagem,
nesse tempo de passagem,
que palavras me traduzem?

Já não sei o que digo,
já não sei quando ligo,
já não sei se consigo.


sábado, 20 de julho de 2013

Missão

Novo valor se levanta,
Na força da fé,
Na força do amor,
Na força motriz
Que move moinho,
que abre caminho,
que faz menino
caminhante na vida.
Peregrino!
Um nome que une,
raça, povo, nação!
Um Deus que faz
todos irmãos!
Belo hino,
à fraternidade,
à igualdade,
à felicidade.
à paz que vem de um nome,
à chama que se consome,
num altar peculiar,
particular,
que tem amor
e faz amar.
que faz da vida
doce canção
altar sacramentado
em jovem coração!

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Encantos

O que cantas?
O que me encanta?
O que se levanta?
Em que crescente?

Seu canto,
sua música,
seu repertório,

Sua canção
em que me acho,
em que me pinto,
em que me solto.
e me disfarço
e me encaixo.

Em composições,
emocionais verões,
que recrio assim,
sem insinuações,
só pro meu prazer.

E me aprazo,
seu canto raso,
desperta meu riso
um quê de cafonice
que se não ouvisse
sequer acreditava!

E assim, em cantos
Assim o encanto,
assim eu canto,
seu entretanto.

E assim,
um amor aos cantos,
um desejo tanto,
remanso.
em letra,
em canção
en canto!










domingo, 14 de julho de 2013

A um poeta

Enquanto sigo no seu barco,
Náufrago de minha alma,
Sinto seu amor e sua latência,
seu Chile, sua vivência,
seu poema, sua experiência.

Sim!
Solenemente, me tocas o coração!
Nas rimas de sua canção,
no doce de sua apreensão,
na lira de sua tensão.

No amor que cantas,
na sua hispânica melodia,
no balanço das suas ondas,
na solidão de suas ilhas,

Espelho que reflete a alma,
e que me encontro.
nesse mar, nesse amar,
nessa maré!

Enquanto segue a barcarola,
enquanto observo a sua orla,
aborto na beleza
de seu poema.
a vida
em sua poesia,
Rema!

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Nouvelle Lune

Quando te vejo tão lua,
Quando te desejo tão nua,
Quando te faço tão nova,

Quando te verso em trova.
Em cantigas medievais,
Em liras tão provençais.

Vejo-te estreita,
Nem por isso
Menos perfeita.

Brilhas tão fina
Mas teu brilho
Ainda ilumina.

As noites tão minhas
Com suas linhas
Tênues.

Iluminas românticos
Festas e cânticos
Doces encantos.

Ainda que nova
Em quartos crescentes,
desejos latentes.

Torna-se plena
Em breve,
Cheia!

E mesmo que novo,
ainda assim, festejo
ainda é o ensejo,
ainda a sorte
de um realejo.

E assim, num lampejo
Assim, na lua que vejo
Assim, no novo que desejo
Antevejo.

A noite em que tão cheia, raia,
O amarelo que ilumina a praia
A menina que sua dança ensaia.

Voltas à primeira vez
A mácula que se desfez
Ao desejo que se refez.

Giro completo,
nesse semanário,
meu imaginário.

E giras,
és cheia, és sangue na veia,
és minguante, és o momento delirante,
és crescente, és um peito que sente,
és mimo, és carícias, és prova.
Lua nova!









segunda-feira, 1 de julho de 2013

Inverno

Lutei contra o inverno e ele veio.
Quando antevi minha primavera,
Quando te vi nessa quimera,
Quando manuscrevi essa ideia
As noites frias eram certezas longínquas.

Mas ele veio!
Tantos poemas de estações!
E em nenhum deles
Vi nossos verões emocionais,
Nossas noites tão passionais
Nossos desejos tão reais.
Nosso instante fulgáz.

Veio o frio, assim como
nas manhãs de maio.
Veio junho,
Passou feito um raio.
Que virá depois?
O que prevê esse tempo?
O que realiza esse intento?

Uma borboleta voa,
Alegrando auroras frias,
e intensos crepúsculos.
Sem o peso do passado,
sem medo do ocaso,
sabendo que o julho traçado
já vem, e o inesperado
anuncia doce chegada.

Pois é inverno!
Mas não dias de lágrimas,
não são noites acordadas,
não são horas arrastadas.
Não é tempo de ilusão.

É inverno!
Mas não são dias de chuva,
Não são dias de dúvida,
apenas reclusão.
São dias de seu vazio,
mas não de solidão.

Não fosse a temperatura,
Fosse só essa loucura,
Fosse apenas ternura,
Fosse a flor de formosura,
que hoje ganha essa canção.
Nem diria que é inverno,
Nesse tempo de verão!