domingo, 21 de agosto de 2016

Pomar

Ontem,  a sombra
Amanhã, o sol
Nesse agosto de instável tempo.
Ah, o tempo!
Esse menino que brinca
No nosso pomar.
Insiste em secar as velhas pereiras,
Que de pé morrem 
E deixam suas grandes sombras
Foram raízes
Que aqui plantaram
Essência
Ancestralidade

Ainda há gosto
Nesse vento que leva
Mas deixa broto
Que ainda não sabemos o gosto
Mas que já vem
Suas flores já aparentes
Descansa à sombra de seus pares
E amanhã berra novo choro
Herança
Hereditariedade

É preciso dizer um adeus
É preciso dizer a Deus
Que é bem vinda nossa primavera
Nossa pequena quimera
Nosso pequeno fruto
Forjado nos de ontem
Para os passos do amanhã.
Destino
Renovação

Nesse pomar, essa tarde
As bananeiras com nome dos meninos
Brincam de crescer em desatino
Nesse destino.
Desse tempo menino
A correr em nosso quintal.
Nesse ciclo
Que se fecha
Mas amanhã já abre.
Maturidade
Colheita

Nesse agosto, novo gosto
Fruta doce mostra seu sabor
Para longe, as folhas secas
Carregadas pelo vento
Levadas nesse intento
Sem lamento
Mas é certo, há frutinhas
Pequeninas e singelas
A nascer por essas terras
De sabor doce e essência terna
Renovação
Vida eterna!