Nas margens do tempo
Relento
Desalento
Ritmo lento
Sempre atrasado
Sempre cansado
Faltam minutos
Falsas minutas
Desse contrato
Contado
Que não marca em relógios
"Corre, menina!"
É hora do chá
É hora de achar
É hora do espelho
Em que me espelho
Mas não me vejo
Sempre atrasado
Falta quanto tempo?
Para que passe
Por que esse impasse?
Quem disse, Alice?
Que seria simples
Que seria fácil
Que seria rima
Que seria ritmado
Esse verso repentino
Numa manhã de inverno
Intenso no seu país
Que maravilhas?
Porque procuro
E não te vejo
Não te acho
Porque sempre corre
Porque sempre explode
Nesse tic tac insano
Desumano
Desse relógio e tempo
Que não para.
Quem disse, Alice
Corre, menina
Quem corre, Alice
Quem para?
Para!
Para quem
O tempo para!
Corre, menina!
Corre...