domingo, 21 de abril de 2013

Nove

Nove anos
Novos sonhos
Novos planos.
Nove ilhas
Sem fantasia
Sem heresia
Nove luas
Nove meses
Tantos planos
Tantas vezes!
Primo
Ímpar
Não une um par
Na mesa de bar
Brindo ao nove.
E ao novo,
Inove!
Renove!
Noves fora.
Zero!
Revelo
Intero
Mais um...
Nota dez!

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Descoberto desnudo

Uma vez, um poeta já disse
Que se um dia de sol fosse
Seria o outro descoberto.
Aquele europeu, muito esperto
É que seria desnudado.

Vieram com barcos e interesses,
Com contas, terços e preces,
Montaram uma quermesse
Onde vendem-se almas!

Trocaram ouro por banana,
Posaram de gente bacana,
Ofereceram maquiagem.
Que viagem!
Que sacanagem!

No espelho vê-se a ilusão,
Do nativo e seu coração
Que, na história desta nação
Ganharam apenas este dia!
A suposta verdade e sua tirania
Nosso olhar tantas vezes desvia.

E aquele que aqui havia
Aquele que de sol vivia
Aquele que amar sabia
Aquele que, como um bem, valia
É apenas mais uma etnia
Nessa terra "mui graciosa"
Onde impera a putaria!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Outra face de um poema

Será que tens sete faces,
Sete meios,
Sete anseios?

O que vives de fato?
Olho o retrato
De um gauche
Sempre à espreita
Negando a direita
Maneira de viver.

Olhas o bonde,
As pernas pretas
As penas sujeitas
Mas elas não são suas!

O que fazes?
O conhaque,
O porre
A amnésia.
Simples estratégia
De simplesmente não ver.

Então não veja,
Talvez não seja.
Te falta certeza
De tardes azuis.

Um som de blues
Comovente como a lua
Uma cara dura
Franzina como a sua.

Olhas o mundo,
Seu tamanho, seu valor,
Não é mera questão de rima.
Quiçá nem seja solução!
O mundo, meu caro,
Raimundo,
É somente o seu coração!


terça-feira, 9 de abril de 2013

Perene ser

E a voz calada,
de um silêncio velado,
Inexato
Inesperado
Cala-se.

Deixa mudos
Ouvidos surdos
Pranto duro
Noite traiçoeira.

Cala-se a voz que não fala
Cerra-se o olho que não mais vê.
Foi-se aquele que crê.

Porta trancada,
Tampa abaixada
Lágrima contida.

Início ou fim da vida?
Fortaleza ruída
Calou-se na dor.

O que era tão frágil
Encontrou melhor maneira
De endurecer.
De perene ser.
De apenas ser.

Eternamente, ser!

terça-feira, 2 de abril de 2013

Abril

Abril,
Abrem-se temporadas
De tempos de estio.

Rio.
Riso seco,
Brisa fria.

Secam-se as pereiras
Mostram-se cansadas.

Como morrem as árvores?
Acaso já contemplastes
O enterro de uma quimera?
Acaso o outono
É antagonista da primavera?

Manuscrita,
Transcrita
Circunscrita
Dita por essa latente dor.

Estações,
Verões,
Quantos somam?
Como amam!
Como sonham!

Sem saber que a vida,
Desfilou na avenida,
Linda!
A história foi lida,
Caminho de volta e ida.
Missão cumprida!